Amigas, em um encontro rápido ontem à tarde, entre outras conversas, vieram me perguntar sobre os famosos este e esse!
Lembrei-me de um material que havia colocado no polígrafo de um curso que ministrei em fevereiro e março ao grupo do E-tab, uma entidade relevante de Novo Hamburgo, que propicia formação continuada em diversas áreas de estudos, aos seus funcionários. Enfim, resolvi trazer aquela página para este blog e convidei essas queridas amigas a visitarem-no.
OS PRONOMES DEMONSTRATIVOS ESTE/ESSE/AQUELA
Qual a finalidade de uso?
Localizar seres e coisas no espaço, no tempo e no discurso. O uso desses demonstrativos depende da proximidade ou não daquilo a que nos referimos ou com quem falamos, em relação ao espaço, ao tempo ou ao discurso.
Ledur (2009) assim explica:
Espaço: Este livro é meu. (livro está perto do falante)
Esse livro é meu. (livro está perto do ouvinte)
Aquele livro é meu. (livro está longe do falante e do ouvinte)
Tempo: Este ano está difícil. (fala-se do ano em curso)
Esse ano foi difícil (refiro ano próximo, mesmo passado)
Aqueles dias foram difíceis (tempo passado, mais distante)
Discurso: Compramos o material de escritório que segue: clipes, folhas brancas e tinta para impressoras. Esta está já em uso; essas se encontram na gaveta da direita empilhadas e aqueles foram utilizados em documentos enviados para a matriz.
Estes, portanto refere o mais próximo; esses, o intermediário e aqueles, o mais distante na elaboração do texto.
Também se usam
- ISTO para indicar algo que ainda não foi dito:
Vou lhe contar isto: vou embora desta empresa.
- ISSO para indicar algo já dito:
Ele guardou todas as folhas timbradas na gaveta da esquerda. Isso (ou essa) foi a única atividade que realizou durante a tarde.
- Por isso, isso posto, dessa maneira,dessa forma, apesar disso, dessarte:
Em geral, se referem a algo já mencionado, portanto as expressões acima devem ser escritas com SS. Serão grafadas com ST, caso remeterem a algo ainda não expresso no texto: Expressou-se desta forma: - Basta de mentiras! (a “forma” vem depois!)
Na linguagem jurídica, é absolutamente comum encontrarmos a expressão ISTO POSTO. Ocorrem aí dois problemas: primeiro, o pronome ISTO não se refere a tudo quanto foi dito anteriormente; em geral, apenas a uma parte disso, e próxima. Logo, o correto é o uso de ISSO. Segundo, o sujeito do particípio jamais poderá vir anteposto ao verbo, mas obrigatoriamente posposto. Portanto, a construção mais adequada seria POSTO ISSO.
LEMBRAR, ainda, o que Paulo Flávio Ledur, no livro "Português Prático" (2009) anota:
O emprego do demonstrativo depende da proximidade em relação ao espaço, ao tempo e ao discurso;
A atenção ao sentido do texto é fundamental para o uso correto do pronome demonstrativo.
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